CRISE DA ÁGUA E GLOBALIZAÇÃO
ISRAEL SE INTERESSA EM MERCADO PROMISSOR NO BRASIL
Que a crise da água já chegou no Brasil por diversos fatores (má gestão dos recursos públicos, corrupção, desperdício de água, etc.) isso já não é novidade. A novidade é o interesse das empresas internacionais neste nicho de mercado e os lucros que podem obter com essa ineficiência brasileira.
Lembre-se, primeiro faça a leitura do texto na íntegra em voz alta, por você ou por um aluno, isso é de extrema importância para que os alunos tenham o hábito da leitura. Após a leitura do texto, conduza o debate (deixe os alunos expressarem suas opiniões – durante a exposição oral dos alunos, procure ir pontuando na lousa para que, depois, faça a “amarração das ideias“) e depois realize as atividades.
Texto 1. Visite o site: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/224257-com-reuso-e-agua-do-mar-israel-produz-um-cantareira-ao-ano.shtml
Crise da água: COM REÚSO E ÁGUA DO MAR, ISRAEL PRODUZ UM CANTAREIRA AO ANO
O agricultor Igal Aftaby, 55, acorda às 5h todos os dias para trabalhar em sua plantação de romãs – vista de cima, é um pontinho verde no meio do deserto de Neguev, em Israel. (Você pode fazer uso do Google Earth para explorar o território de Israel).
Uma década atrás nada crescia ali. “Rezávamos por cada gota”, diz ele, debaixo de um sol de mais de 40 graus. “Agora, temos água para cultivar o que queremos. Pretendo começar a plantar uvas.” importante contextualizar como se dá a vida no campo. É interessante levantar uma discussão sobre o trabalho no campo e o trabalho na cidade.
Esgoto captado nas casas de todo o país passou a ser usado na produção de água de reúso – são 450 bilhões de litros por ano, que abastecem metade das plantações. Como se faz o reúso da água e o tratamento de água de esgoto? aqui cabe uma pesquisa em grupos para que montem um painel com infográficos explicativos. Exponha os gráficos acima e faça a leitura comparando as diferentes realidades.
A medida faz parte de um conjunto de ações que, em menos de uma década, tirou Israel, um país com 60% do seu território formado por deserto, da crise hídrica. Apresentar um mapa de Israel e descrever seus aspectos físicos (geologia, geomorfologia, etc. Alguns livros didáticos já apresentam essas características. Você também pode explorar o Google Earth).
Para suprir o deficit, o país passou a produzir artificialmente quase metade de sua demanda, seja dessalinizando a água do mar ou tratando esgoto. É o equivalente a mais de um sistema Cantareira (900 bilhões de litros) ao ano. A produção anual de Israel é de quase 2,2 trilhões de litros. Como é o processo de dessalinização da água? é caro? é viável? é um método poluidor? existem outras alternativas? (isso também pode ser objeto de pesquisa entre os alunos).
Das soluções administrativas sem custo às mais caras, especialistas israelenses afirmam que várias opções poderiam ajudar o Estado de São Paulo a resolver a falta de água em médio prazo.
Responsável por 58% do consumo, a agricultura toma cada vez menos água potável em Israel – o país trata 86% do esgoto, usado na irrigação a um preço três vezes menor.
Além disso, foram construídas quatro usinas privadas de dessalinização e há uma quinta a ser inaugurada. Em sistema de concessão, a água é revendida ao governo por US$ 0,57 (cerca de R$ 1,78) a cada mil litros – valor considerado baixo. (Quanto nós pagamos aqui pelo uso de mil litros?)
Abraham Tenne, da Autoridade Hídrica de Israel, visitou o Brasil recentemente e diz que São Paulo teria opções mais baratas antes de apelar para a dessalinização – o investimento para uma usina pode chegar a US$ 450 milhões (R$ 1,4 bilhão), fora o consumo de energia. “Também é preciso evitar contaminação dos rios, para não ter de gastar muito para descontaminá-los”, diz Tenne. Segundo ele, delegações brasileiras e israelenses têm conversado sobre eventuais parcerias na questão hídrica. Quais seriam essas opções? como evitar a poluição dos rios? o que é de responsabilidade do poder público e o que é de responsabilidade da população? Quanto ao valor da obra, será que compensa? você conhece alguma obra pública e o seu valor?
Israel fez do preço uma ferramenta para forçar a economia. No auge da crise, entre 2008 e 2009, o subsídio foi drasticamente reduzido e a tarifa foi aumentada em 40%.
Hoje, a população de Israel paga em média o equivalente a US$ 2,30 (ou R$ 7,20) a cada mil litros, com aumento de acordo com a faixa de gasto – em São Paulo, também há tabela progressiva, mas o preço básico para uso doméstico é de R$ 2,06 por mil litros.
O uso doméstico per capita no país é de cerca de 230 litros por dia – maior que o dos paulistas (188), mas menor que o dos cariocas (253).
Campanhas, aumento do preço e distribuição de aparelhos que diminuem o gasto nas torneiras resultaram em queda de 17% no consumo. E aqui? quais são as medidas que estamos adotando para reduzir o consumo de água?
Uma das apostas para manter essa tendência é transformar as crianças em vigilantes da água. “Quando seus filhos pedem para você fechar a torneira enquanto ensaboa os pratos, você faz isso”, afirma Uri Shor, porta-voz da autoridade hídrica.
Várias escolas também tentam envolver os alunos nos esforços para economizar. Na sua escola existe algum projeto para reduzir o consumo de água?
Com a ajuda das crianças, o professor Ohad Reimer, 34, opera um sistema de cisternas que abastece as descargas da escola em Revohot, uma pacata cidade perto de Tel Aviv.
“Crescemos preocupados com água, mas as crianças de hoje sabem muito mais do que sabíamos na época”, diz Reimer. Na cidadezinha de casas com grandes jardins, parte dos alunos já criou sistemas de reúso, aproveitando água do chuveiro para as plantas.
Texto 2. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/224256-brasil-entra-na-mira-de-empresas-israelenses.shtml