Veja a diferença entre conhecimento científico, senso comum e senso crítico. Acompanhe passo a passo suas semelhanças e diferenças e não deixe de verificar os vídeos indicados abaixo para complementar seus estudos.
O que é conhecimento?
Primeiramente, conhecimento é o ato o de conhecer, é ter ideia ou noção de alguma coisa. Ou seja, é o saber, a instrução e a informação, e inclui descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos. Bem como é o conjunto de informações que o indivíduo adquire por meio da sua experiência, aprendizagem, crenças e valores sobre algo no decorrer da sua trajetória.
Afinal, o conhecimento é capaz de transformar vidas e, se utilizado devidamente, contribui significativamente para a construção de um mundo melhor. Não apenas, trata-se de um processamento complexo da informação absorvida por um indivíduo, e da interação com processos mentais lógicos e não lógicos, com experiências anteriores, valores, crenças, compromissos e vários outros elementos que fazem parte da mente de uma pessoa.
O que é o Conhecimento científico?
Antes de mais nada, Conhecimento científico é a informação e o saber que parte do princípio das análises dos fatos reais e cientificamente comprovados.
Seja como for, para ser um conhecimento científico, o mesmo deve ser baseado em observações e experimentações utilizados para atestar a veracidade ou falsidade de determinada teoria. Ou seja, a razão deve estar ligada a lógica da experimentação científica, caso contrário o pensamento se configura apenas como um conhecimento filosófico.
Da mesma forma o conhecimento cientifico diz respeito a informações e dados que possuem comprovação com base em métodos científicos. E para que esse conhecimento se torne possível, é necessário que sejam realizados diversos testes e pesquisas capazes de comprovar a teoria, ou seja, esse termo se refere a um conjunto de normas que devem ser seguidas para se chegar a “verdade sobre algo”.
Primeiramente O método científico foi discutido abertamente na famosa obra de René Descartes, “Discurso do Método”. Onde o autor faz um resgate histórico dos conceitos utilizados para se chegar à “verdade”. O método cientifico parte então do pressuposto de que tudo pode ser reduzido a partes cada vez menores e que estas partes deverão ser analisadas separadamente. E assim, surgiu a famosa frase: “para compreender o todo, basta compreender as partes”.
Em resumo, o método científico é o grupo de regras essenciais para se chegar a um novo conhecimento ou revisar um antigo, e para que ele exista, é necessário que tenha passado por estas quatro etapas:
Etapas do conhecimento científico:
- Observação: verificação de um fato ou das consequências de uma experiência;
- Hipótese: utilizando os dados recolhidos na etapa anterior, o pesquisador sugere suposições que explicariam tal fenômeno observado;
- Lei: descrição do fenômeno e seu funcionamento;
- Teoria: só pode ser obtida após a realização de diversos experimentos que comprovem que a lei proposta seja realmente uma verdade. Por isso pode ser obtida com provas empíricas ou abstratas.
Uma das principais características do conhecimento científico é a sua sistematização, pois consiste num saber ordenado, formado a partir de um conjunto de idéias que são formadoras de uma teoria.
Outro fator que caracteriza o conhecimento científico é o princípio da verificação, onde determinada idéia ou teoria deve ser verificada e comprovada sob a ótica da ciência para que possa fazer parte do conhecimento científico.
Mas o conhecimento científico também é falho, o que significa que não é definitivo, pois determinada ideia ou teoria podem ser derrubadas e substituídas por outras, a partir de novas comprovações, estudos e experimentações científicas.
Não apenas, mas outra características do conhecimento científico, é o fato de ser: racional, objetivo, factual, analítico, comunicável, acumulativo, explicativo, entre outros fatores relacionados a investigação metódica.
Conhecimento científico e Senso comum
Diferente do conhecimento científico que requer base teórica e comprovações, o conhecimento do senso comum é pautado principalmente nas crendices populares, ideias e conceitos que são transmitidos de geração em geração. Não é questionador, portanto apenas determina o motivo, mas não traça os caminhos que levaram a determinada conclusão. Ou seja, ao contrário do conhecimento científico, que se destina a decifrar e entender todos os processos e etapas de uma ideia ou teoria, a partir do uso de métodos científicos.
Senso Comum, algo bem diferente do conhecimento científico:
Em resumo o Senso Comum é a soma dos saberes do cotidiano é formado a partir de hábitos, crenças, preconceitos e tradições.
É um termo é utilizado pela Filosofia para explicar as interpretações feitas pelos indivíduos referente à realidade que os cercam sem estudos prévios ou provas científicas.
O senso comum é um conhecimento assistemático, ou seja, não possui uma organização prévia ou estudos para se chegar a uma conclusão.
Em resumo, o senso comum é um conjunto de opiniões, crenças, tradições e modos de viver que se desenvolvem em uma sociedade e faz parte da herança cultural de cada povo. Ou seja, são as tradições que passam de geração em geração e são aceitas como verdades, sem questionamentos.
Características do senso comum
Primeiramente o senso comum é transmitido de geração para geração nas sociedades. Como por exemplo, aquele famoso “chazinho da vovó” que cura todos os males, ou a canja de galinha que um excelente elixir, que levanta qualquer um. Isto é, por meio do senso comum o homem embasa o cotidiano e explica a realidade em que vive.
Do mesmo modo, o senso comum tem como característica a subjetividade que reflete sentimentos e opiniões construídos por um grupo de indivíduos. Por isso, pode variar de pessoa para pessoa, de grupo para grupo, de região para região.
Determina o agrupamento de coisas, grupos e fatos, veja por exemplo que, atualmente, temos a tendência de considerar que toda pessoa muçulmana é terrorista, por conta dos atentados cometidos por alguns indivíduos dessa religião. Assim, o senso comum pode ser generalizador. Sendo assim, o senso comum tem a capacidade de projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e medo, além de criar pré-conceitos e prejudicar minorias e indivíduos, temos como exemplo o crescimento de feminicidios, que gera o medo em muitas mulheres e reforça aquela famosa frase “ homem não presta”, tudo isso baseado nas “histórias que o povo conta”.
Senso comum…
É preciso entender que o sendo comum é ligado ao instinto, à necessidade que o homem tem de ser proteger de um ambiente hostil, é o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções admitidas pelos indivíduos, é o conhecimento adquirido a partir de experiências, vivências e observações do mundo.
O senso comum se caracteriza muito por conhecimentos empíricos acumulados ao longo da vida e passados de geração em geração.
É um saber que não se baseia em métodos ou conclusões científicas, e sim no modo comum de assimilar informações e conhecimentos úteis no cotidiano, é uma herança cultural que tem a função de orientar a sobrevivência humana nos mais variados aspectos.
Percebemos que através do senso comum uma criança aprende o que é o perigo e a segurança, o que pode e o que não pode comer, o que é justo e o que é injusto, o bem e o mal, e outras normas de vida que vão direcionar o seu modo de agir e pensar, as suas atitudes e decisões.
Senso comum e senso crítico
Enquanto o senso comum está associado ao conhecimento baseado em opiniões, crenças e tradições, o senso crítico é baseado, na reflexão, na pesquisa no pensamento e na critica. Todas as informações são analisadas com inteligência para se tentar chegar a uma conclusão.
Senso Crítico: essencial para o conhecimento científico
A palavra “crítica” vem do Grego “kritikos”, que significa “a capacidade de fazer julgamentos”. No sentido filosófico, o senso crítico é o desenvolvimento de uma consciência reflexiva baseada no “eu” (autocrítica) e no mundo.
O senso crítico é construído com o uso da razão e vai contra ao senso comum por não aceitar nenhuma verdade sem questioná-la. Já que quem pensa criticamente tem a capacidade de fazer a avaliação, o julgamento e discernir com base no equilíbrio.
Assim o senso crítico se baseia na dúvida e no questionamento o que o levaria à reflexão e à contestação. E por fim se organizaria para mudar a realidade apresentada.
Senso crítico então significa: A capacidade de questionar e analisar de forma racional e inteligente. Pois através do senso crítico, o homem aprende a buscar a verdade questionando e refletindo profundamente sobre cada assunto.
A consciência do papel de cada indivíduo na sociedade promove neles a capacidade de pensar sobre as verdades impostas pela sociedade dominante, então alguém com senso crítico aguçado não aceita a imposição de qualquer tradição, dogma ou comportamento sem antes questionar.
Por fim…
A capacidade que cada um de nós tem para refletir sobre diversos assuntos está relacionada com a educação que recebemos. Embora haja uma ideologia dominante (conjunto de crenças, valores e opiniões) veiculada na política, religião, meios de comunicação ou outros grupos, que procura manipular as pessoas para que não questionem; e que aceitem o que lhes for imposto sem ponderar ou investigar a verdade.
Culturalmente o senso crítico é muito mais aproveitável e bom para o indivíduo do que o senso comum. Isso se deve ao fato de que ao utilizar o senso crítico o indivíduo passa a pensar e refletir e com isso aprimora suas capacidades intelectuais.
Por outro lado, muitas vezes deixa-se de solucionar problemas de maneira coerente por não parar para pensar e estudar a melhor maneira de resolvê-lo. Porém não se pode ignorar ou ter pré-conceitos quanto ao senso comum, como se ele fosse totalmente errado. A palavra crítica, de origem grega, significa enquete, pergunta.
Por isso é preciso perguntar sempre. Perguntar a si mesmo se o que temos ao nosso dispor é realmente bom para nós, se é possível melhorar, se é verdade. Nunca devemos aceitar as coisas sem questionar, pois questionar é pensar.
Então, QUESTIONE sempre!