EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COLETA SELETIVA: DESAFIOS PARA A HUMANIDADE

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          Quando citamos o assunto em sala de
aula, e os alunos apresentam seus trabalhos, podemos perceber muito claramente
que o assunto passa somente como “mais um trabalho escolar”. Dificilmente conseguimos
desenvolver um trabalho sério de coleta seletiva, principalmente a partir da
própria escola, que, raramente adota o sistema, por “falta de espaço”, ou até
mesmo por falta de interesse.

          Para que um trabalho obtenha
sucesso, a entidade (escola) deve primeiro dar o exemplo à comunidade,
ensinando na prática como se faz a coleta e apresentando suas vantagens (econômicas, sociais e ambientais). Para
elaboração desta ação, não é necessária nenhuma proposta pedagógica
mirabolante, essa prática deve ser trabalhada no cotidiano, como se fizesse
parte da nossa cultura, para que, assim, os alunos possam adquiri-la e implantá-la
por livre iniciativa nas suas residências mudando alguns hábitos e costumes.
          Muito se fala em coleta seletiva,
nas aulas, na igreja, na televisão, nos seminários, nas palestras etc., porém,
muito casualmente podemos encontrar alguém que realmente faça em seu ambiente a
separação do lixo doméstico.
          Antes de tudo, vamos fazer um
preâmbulo do lixo gerado nas residências.

          Podemos citar como lixo doméstico,
desde a sujeira gerada pelos animais domésticos, até o lixo da cozinha, das
compras, jornais, revistas, rascunho de papel, lixo do banheiro…

          Quanto à separação, torna-se muito
mais fácil iniciá-la pela raiz, ou seja, já na entrada de casa. Faz-se
necessária muita paciência e controle, pois, ao separá-lo devemos administrá-lo
de forma que não se misture ao lixo não reciclável.
          Vamos citar abaixo, uma pequena
tabela para esclarecer basicamente o que é e o que não é reciclável.
Vidro
Potes em geral e garrafas.
Papel
Jornal, revistas e folhas diversas.
Alumínio
Latas.
Plástico
Embalagens de óleo, sacolas e potes danificados.
Matéria orgânica
Guardanapos, restos de comida, folhas de árvores e pontas de
cigarro.
Não recicláveis
Bandejas de isopor*, resíduos de limpeza (pó, esponja, palha de aço)
etiquetas, fitas adesivas, papel carbono, papel de fax, fotografias, papéis
sanitários e papéis metalizados.









* Apesar de não ser feito em grande
escala, já existem estudos técnicos que prevêem o reaproveitamento do isopor em
fumicultura pela Abrapex conforme artigo em www.setorreciclagem.com.brReciclagem de Bandejas de Isopor – RS”.

          Na cozinha, temos o costume de
colocar sobre a pia um cesto para lixo, pois bem, sem muito trabalho podemos
colocar mais uma ou duas, para que seja iniciado o processo de separação.
            Em um cesto, podemos utilizá-lo para
o material orgânico, no segundo cesto, podemos utilizá-lo para plásticos, e o
terceiro para materiais não recicláveis. Além de um quarto cesto, destinado às
latas, se for o caso.
            Caso não disponha de um espaço para
os três cestos, um deles (o para plástico) pode ser colocado na dispensa,
assim, esse pode ser o ponto de descarte para tudo que for de plástico na
residência como embalagens de revistas, embalagens de jornais, potes de
manteiga, sacos de supermercado, garrafas plásticas etc.
            Quanto ao óleo de cozinha, evite
jogá-lo na descarga do banheiro, pois, ao se misturar com a água, será muito
difícil o tratamento, além do que, com o tempo o seu encanamento apresentará
problemas. O ideal é coletar o óleo em uma garrafa “pet” e descartá-la junto
com o resto do lixo, ou encaminhar a algum posto de coleta (mercado, escolas,
igrejas, associações etc.).
            O papel gerado na residência
(jornal, revistas, folhas) pode ser acomodado em uma caixa de papelão a fim de
ser encaminhado à reciclagem.
            Feita a coleta seletiva, qual o
caminho a ser dado para o lixo?
            Por mais que façamos a coleta
seletiva residencial, não devemos descartá-lo como lixo comum, pois,
dificilmente esse lixo será realmente reciclado. As empresas de coleta
raramente têm equipamentos e funcionários para fazer a “garimpagem” do lixo,
por sua vez, todo o trabalho que você teve, vai certamente parar no lixão ou em
algum aterro sanitário.
            Para Miranda (1995) “das 12 mil
toneladas de lixo que São Paulo produz diariamente, 90% são depositadas em
aterros”.
            Obviamente, esse quadro apresentado
em 1995 mostra um dado ultrapassado. A questão ambiental tem tomado a pauta de
muitas Ong´s e empresa interessadas em reduzir os seus custos, ou atender a uma
legislação. Muito se tem feito com questão à reciclagem do lixo, porém, ainda
há muito por fazer.
            O destino correto seria, então,
encaminhar a um ponto de coleta (ferro velho) ou, simplesmente destinar aos
catadores ambulantes.
Catadora de lixo em Guarulhos-SP.
Pela falta da separação do lixo, as pessoas que dependem
deste recurso são obrigadas a vasculharem os lixos domiciliares como forma de
subsistência. Foto. Arquivo pessoal – 2006
            Os catadores de lixo, muitas vezes
vasculham seu lixo e entram em contato com tudo que há nele: fezes, resto de
comida, remédio… Fazendo essa seleção na sua casa, você, ao entregar esse
material ao catador, estará ajudando-o a melhorar sua qualidade de vida, não
estará fazendo sujeira na sua rua e não estará enviando o lixo para os aterros.
          Selecionando o lixo, seu volume
diminuirá, pois só será descartado o lixo orgânico e não o reciclável, se cada
um fizer a sua contribuição, todos agradecerão.
REFERÊNCIA
MIRANDA, Luciana Leite de  O que é lixo. – São Paulo: Brasiliense, 1995.
– (Coleção Primeiros Passos; 299).
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About the Author

Ivan Guedes

Prof. Dr. Ivan Claudio Guedes, Geógrafo e Pedagogo. Professor de Geografia na educação básica e Docente do curso de Pedagogia da Faculdade Progresso. Coloca todo o seu conhecimento a disposição de alunos acadêmicos, pesquisadores, concursantes, professores, profissionais da educação e demais estudantes que necessitam ampliar seus conhecimentos escolares ou acadêmicos.

Comments

  1. Quanto mais eu leio, mas percebo que o que se conseguiu evoluir no Brasil é muito pouco, temos ainda muito que evoluir em todos os aspectos das questões ambientais.

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