Sem dúvida, o plágio acadêmico tira o sono de muita gente. Por isso, estou trazendo esta postagem para discutir sobre o plágio. Em outros momentos também apresentei outras discussões sobre o plágio aqui no site. Mas, agora, estou apresentando a minha contribuição.
Via de regra plagiar consiste em copiar ou assinar um texto, música, foto, trabalho, como se fosse seu, quando na verdade ele pertence a outra pessoa. Ou seja, plágio é uma cópia, parcial ou total, de algum conteúdo que já existe,fingindo ser seu, sem que os devidos créditos sejam dados ao autor. Ou seja, plágio é roubar a ideia de outra pessoa, fingindo ser sua.
Segundo Ferreira (1999), plágio é assinar ou representar como sua a obra artística ou científica de outrem, é imitar o trabalho alheio.
Em seguida, para Moraes (2004, p.95), plágio é uma imitação fraudulenta de uma obra, protegida pela lei autoral, ocorrendo um verdadeiro atentado aos direitos morais do autor: tanto à paternidade quanto à integridade de sua criação.
Vamos falar sobre o plágio acadêmico
Sob o mesmo ponto de vista, Prodanov e Freitas (2013, p. 46) apresentam um capítulo específico para falar da ética na escrita científica. Seja como for, dentre muitos outros elementos que eles apresentam, vou listar 4 itens fundamentais para a ética na escrita, são eles:
- a) quando se pratica pesquisa, é indispensável pensar na responsabilidade do pesquisador no processo de suas investigações e de seus produtos. Nesse sentido, a honestidade intelectual é fator indispensável aos pesquisadores, tornando-os cidadãos íntegros, éticos, justos e respeitosos consigo e com a própria sociedade;
- b) a apropriação indevida de obras intelectuais de terceiros é ato antiético e qualificado como crime de violação do direito autoral pela lei brasileira, assim como pela legislação de outros países;
- c) o pesquisador deve mostrar-se autor do seu estudo, da sua pesquisa, com autonomia e com respeito aos direitos autorais, sendo fiel às fontes bibliográficas utilizadas no estudo;
- d) é considerado plágio a reprodução integral de um texto, sem a autorização do autor, constituindo assim “crime de violação de direitos autorais”.
Plágio não é brincadeira!
Decerto com o avanço da tecnologia, o aumento do acesso a internet, o contato entre pesquisadores e a facilidade de acesso a informação e às revistas científicas cresceu a troca de informações, assim como favoreceu o roubo de ideias. Ou seja, o plágio acontece quando uma pessoa copia o trabalho de outra e não coloca os créditos para o criador original. O que pode ocorrer em obras de qualquer tipo, como em artigos acadêmicos, monografias livros, músicas, fotografias, desenhos, coreografias e desenhos. Enfim, qualquer coisa que seja criada por alguém pode ser plagiada por outra pessoa.
TIPOS DE PLÁGIO ACADÊMICO
Existem muitas formas de cometer plágio, como por exemplo:
- Plágio Integral: copiar, palavra por palavra, sem alterar nada, de uma obra ou de um trecho dela e não apresentar a fonte original do texto. Este é o famoso Ctrl C + Ctrl V.
- Paráfrase sem atribuir a fonte: falar a mesma coisa só que com outras palavras, da maior parte das idéias de um texto, sem acrescentar conteúdo próprio, de criação autoral, também é plágio. Esse é o tipo de plágio mais utilizado por estudantes, onde poucas palavras do texto original são alteradas, na tentativa de dificultar a identificação pelo avaliador, mas a idéia do texto é mantida igual.
- Dados de pesquisas (quantitativos e qualitativos) sem mencionar a fonte: o ato de apresentar dados de instituições como o IBGE, a UNESCO, a OMS, o IBOPE, ou que foram apurados por outros pesquisadores e não mencioná- los no texto ou atribuí-los como próprios, é plágio.É preciso atribuir à fonte! SEMPRE!
Mais alguns tipos de plágio acadêmico
- Mistura de plágios: é copiar trechos de muitas fontes diferentes, formando uma mistura, um mosaico, mas alterando pequenas frases ou palavras para disfarçar a cópia explicita. Como por exemplo, pegar diversos pequenos trechos de monografias diversas, com temáticas aproximadas, de autores pouco conhecidos, e uni-los como se fossem um conteúdo novo e totalmente autoral.
- Ladrão de si mesmo: é quando você mesmo usa seus próprios conteúdos, que já foram apresentados em situações anteriores e não cita a fonte. Acontece muito quando você aproveita trechos do seu próprio TCC feito em sua graduação para a sua pós-graduação.
- Cópia de imagens, fotografias, gráficos, desenhos e outros conteúdos visuais: em uma pesquisa rápida pela internet, você encontra um infográfico em um site que mostra exatamente aquilo que você quer explicar. Então, copia a imagem, e coloca em seu trabalho. Isso também é plagio. Mas pode ser resolvido com os devidos créditos ao autor.
- Fontes inexistentes: situação ondea pessoa inventa uma citação e a atribui a uma fonte qualquer, de certa influência no contexto que está sendo trabalhado ou em uma área social específica, por exemplo.
O plágio é crime.
Para impedir o plágio e punir quem o comete, temos uma legislação específica. Ela está prevista no código Civil do país e também na lei número 9610. Portanto o plágio além de ser uma atitude desonesta e que fere a ética, é também considerado crime. Por isso é passível de punição pela lei que protege e impede a violação dos direitos autorais.
É considerado plágio o desrespeito aos direitos autorais independentemente de registro da obra! O plágio é considerado crime previsto, conforme o que consta em lei no Código Penal Brasileiro, no artigo 184:
Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
No Brasil, a Lei 9.610/1998 do direito autoral, determina as consequências para quem comete plágio.
Art. 103 – Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido.
Art. 106 – A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito, sua destruição.
Quando o plágio é comprovado em tribunal através de uma ação judicial, o plagiador é obrigado a pagar uma indenização ao autor original do trabalho.
COMO EVITAR O PLÁGIO ACADÊMICO?
Para evitar o plágio no TCC, assim que o pesquisador utilizar alguma ideia que não seja sua deve citara fonte da pesquisa, apontando de onde aquela ideia foi extraída. Por isso, deve utilizar sempre as normas ABNT para fazer as devidas citações.
Aliás, lembre-se que normas ABNT estipulam diretrizes a serem seguidas para todo tipo de situação onde uma referência é requerida no texto, o que ajuda na elaboração de seu texto, elaborando um padrão a ser seguido, eliminando as dúvidas sobre como fazer citações no texto e conferindo validade ao trabalho acadêmico.
Para evitar o plágio acadêmico, utilize sempre as citações
Conforme eu já demonstrei em duas postagens diferentes aqui no site, há basicamente duas formas de citação, a citação direta e a citação indireta. Claro, além da citação de citação.
Em primeiro lugar, a citação direta é a cópia na íntegra do que foi escrito por outra pessoa. Por isso ela deve estar entre aspas e estar seguida pelo nome do autor, ano e página da obra ou site utilizado como fonte.
A citação indireta, isto é, quando você faz uso das idéias de outra pessoa com suas próprias palavras. Ainda assim, este tipo de citação deve estar seguido pelo nome do autor entre parênteses. Do mesmo modo, para evitar o plágio de forma eficaz, lembre se sempre de dar os devidos créditos a todas as fontes consultadas para o trabalho. Dessa forma isso vai eliminar o risco de você cometer plágio sem querer, além de mostrar a distinção clara entre o que é seu e o que é de outra pessoa. O mesmo procedimento vale para citações de leis, bem como eu demonstro neste outro artigo.
Em resumo, nesta postagem tratei do plágio acadêmico. Mas não é só isso. Depois que você leu este texto, tem um vídeo que eu publiquei no youtube com mais explicações, exemplos e histórias sobre plágio que eu já passei ao longo deste tempo como professor. Vou deixar o vídeo aqui abaixo para você poder assistir e compartilhar com seus amigos.